sexta-feira, 17 de julho de 2015

Meu encontro comigo mesma

Esses dias eu estava angustiada, cheia de medos e incertezas, quando a menina que eu fui aos 17 anos, me colocou no colo, me fez um cafuné e me explicou algumas coisas sobre a vida.

Calma, eu explico!

A maior parte do tempo eu levo as coisas numa boa e dou risada dos meus problemas, mas às vezes, bate um desespero, um aperto no peito e então, me vem à pergunta “será que eu fiz a escolha certa?”. Ser jornalista me parece à escolha mais lógica para as minhas aptidões desde criança. Eu gostei do meu curso do início ao fim e quando penso no que me vejo fazendo no futuro, a resposta é muito clara: me vejo sentada em uma escrivaninha, perto de uma janela grande e arejada, com alguns livros na prateleira, escrevendo...

No entanto, existe o mercado de trabalho e eu fui avisada sobre ele desde cedo, mas não quis pensar muito a respeito, só quis seguir em frente. O fato é que eu nunca soube exatamente o que iria fazer com o meu diploma e confesso, ainda tenho dúvidas.

Foi meio a essa crise, que me aconteceu quase como no filme brasileiro “A dona da história”, em que a personagem Carolina, vivida por Marieta Severo, se encontra com Debora Falabela – sua versão 30 anos mais jovem.

No meu caso, me encontrei com eu mesma há seis anos, por meio de um texto antigo, do meu blog da adolescência, que dizia exatamente o que eu precisava ouvir. No texto, eu falo sobre a minha escolha em cursar jornalismo e as diversas profissões que já me passaram pela cabeça, mas foram descartadas.

Por fim, eu explico a minha decisão e ao mesmo tempo a minha incerteza da seguinte forma: “Não há cem por cento de certeza, mas o que é cem por cento certo? Só nas exatas mesmo, e não há nada que eu deteste mais do que exatas, por isso nunca deixei que minha vida se tornasse algo assim, tudo o que quero é humanas!”. Dessa forma simples, a colegial que um dia eu fui, me fez entender e aceitar que a minha decisão foi simplesmente humana e que todas as minhas dúvidas também são – como eu sempre quis e sempre busquei.


Aos 17, eu não era uma boa aluna. Eu matava aula com os meninos, colava nas provas de matemática e nem me esforçava para tentar entender física. Mas, tinha uma paixão pelas palavras que me fazia acreditar no futuro... E, sabe de uma coisa? No fundo, ainda me faz. 

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