sexta-feira, 22 de abril de 2016

Moda sem gênero: um futuro com mais misturas e liberdade!

Muito se fala sobre "moda sem gênero", no entanto, percebo que a maioria das pessoas não sabe o que é e só consegue imaginar "um homem usando vestido" quando escuta o termo. Tá, tem isso sim, mas é bem mais do que isso! 

A tentativa de criar uma moda mais "democrática" vem desde os anos 20, quando a estilista Coco Chanel ousou criar roupas para mulheres baseadas no que os homens vestiam. Um dos objetivos de Chanel, era dar mais liberdade de movimento e dinamismo para a mulher. 

Eu comecei a pensar sobre a moda sem gênero, quando um colega me disse que não encontrava calças skinnings justas como gostaria e por isso, ia até seção feminina das lojas de departamento buscar por tamanhos maiores que davam certo para ele. 

Então comecei a questionar: por que essas seções? As lojas de departamento são separadas por "feminino", "masculino" e "infantil", mas por que não democratizar isso? A moda sem gênero pede que as lojas acabem com essas seções, assim ficaria muito mais fácil encontrar o que se precisa.

Uma camiseta de algodão, por exemplo, é uma peça sem gênero. Eu posso encontrar uma "feminina" ou "masculina" e gostar. Camisa e suéter também não têm gênero. 



Além disso, atualmente existe uma forte tendência a uma fusão entre o vestuário feminino e masculino e uma forma simples de explicar isso é partir de tendências que já existem. 

A moda boyfriend, por exemplo, invadiu as seções femininas com calças e shorts com shape de "roupa de meninos", então que lógica tem deixar tudo separadinho? Por que não provar uma calça ou shorts originalmente criado para o público masculino?



Assim você também teria mais chances de encontrar aquela camisa soltinha que dá pra usar de várias formas diferentes. 


Depois de os desfiles onde Giordio Armani, Gucci e Prada apresentaram homens e mulheres usando roupas tão semelhantes a discussão da moda sem gênero só aumentou. 



Aumentou porque vai além do que estamos acostumados. Chega sim ao ponto dos homens usarem vestidos. Por que não?



Quando as mulheres começaram a suar calças também chocaram a sociedade, mas hoje isso é comum. Os primeiros homens que ousaram vestir roupas cor-de-rosa também foram julgados, mas hoje vários "machões alfas" desfilam com a cor sem nem pensar nisso. 

Elas precisaram das calças para encarar o mercado de trabalho, eles alegam calor e estilo. Por que não? Quem quiser usa, quem não quiser não usa. Simples assim! 

Além disso, hoje em dia ver um homem de saia é algo inusitado, mas a saia sempre fez parte do vestuário masculino e até hoje existem culturas onde é homens usam saias.

Com tanta discussão sobre a moda sem gênero, a Zara e a C&A sentiram a necessidade de abraçar a causa e lançaram suas coleções sem gênero. Porém, elas não estão agradando aos apoiadores da nova moda.

A crítica é de que a Zara criou uma coleção que mais se assemelha a uma linha de pijamas em tons de cinza e verde musgo. Tudo muito sem graça! Cadê as cores, as estampas, a inovação? 



A C&A por sua vez, fez uma campanha interessante, mas na hora de colocar em prática a coisa toda também deixou a desejar. As roupas são bem comuns, roupa de mulher e roupa de homem. 


Se for para fazer roupas largas, sem caimento, sem cor, sem nada de novo, não precisa, porque isso tudo já existe. Uma coleção sem gênero pede cores, estampas, modelagens. 

Para finalizar, uma foto do icônico David Bowie, nem aí para os estereótipos. 



Bruna Pellegrini. 

terça-feira, 8 de março de 2016

Dia Internacional da Mulher

Hoje (08/03), é o dia do ano que representa todos os outros 365 em que lutamos diariamente. Penso que é um dia triste e feliz ao mesmo tempo. 

Triste por ainda termos que encarar a realidade – agora, nesse exato momento, existem mulheres sofrendo violência doméstica e psicológica.  

Hoje, muitas mulheres terão que ir trabalhar, cuidar dos filhos, da casa e das contas sozinhas, porque seus companheiros viraram as costas para elas e para os filhos.

Também tem aquelas que são casadas, mas que para elas a jornada diária é trabalho + casa + filhos, enquanto para ele é apenas = trabalho. Sem preocupação com os afazeres domésticos e com a educação de sua prole.

Então, por que também é um dia feliz? Porque acredito que para seguirmos em frente, temos sempre que olhar para as nossas vitórias, pois elas nos motivam a continuar firmes e fortes (nós somos mestres nisso).



As mulheres nunca se conformaram com o tratamento dispensado a elas. Você sabia que em 195 d.c, elas estavam protestando contra a exclusão do uso dos transportes públicos? Sim, eles eram um privilegio masculino, elas tinham que se locomover apenas a pé.

Mais tarde, em 08 de março de 1857, as operárias de uma indústria têxtil de Nova Iorque organizaram uma manifestação, em que pediam por melhores condições de trabalho. Essas operárias foram reprimidas pelos policiais, sendo algumas delas presas e feridas.

Em 1908, também em Nova Iorque, outras operárias protestavam pelos mesmos direitos, além de denunciar contra a exclusão à participação política e pedir o direito ao voto. No entanto, essa luta durou 72 anos e somente em setembro de 1920, nos Estados Unidos, esse direito foi concedido. No Brasil, as mulheres, só venceram essa luta em 1932, quando o Presidente Getúlio Vargas sancionou essa lei.

A mulher pedia pelo direito ao estudo, ao voto, ao trabalho e se hoje, nós podemos fazer tudo isso é graças a elas que lutaram por nós lá atrás, e sim, elas merecem ser parabenizadas pela força, pela coragem e pela conquista.

No entanto, como bem sabemos, a luta não acabou, pelo contrário, ela é diária. Nós lutamos até hoje por salários iguais, por divisões de tarefas iguais, lutamos contra a violência doméstica, contra a violência nas ruas e contra os padrões socialmente impostos.

Nós lutamos desde pequenas, quando queremos sentar apenas como criança e alguém nos diz que “não é coisa de mocinha”. Nós lutamos quando somos adolescentes e queremos ficar até mais tarde em uma festa, mas não é hora de menina estar na rua (menino não tem problema né?).

Lutamos diariamente quando andamos pelas ruas escuras assustadas e com medo. Lutamos todos os dias, quando precisamos argumentar com os nossos namorados, maridos, pais, irmãos, filhos, amigos e até mesmo algumas mulheres, para convencê-los de que merecemos ser tratadas com igualdade.

Ainda temos um caminho árduo para percorrer, mas vamos conseguir, porque depois de toda essa luta sermos chamadas de “sexo frágil” só pode ser uma piada de mau gosto né?

NÓS SOMOS FORTES! 
Avante!


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Viva a diversidade: A Barbie terá três novos formatos de corpos!

Devagar e sempre... Estamos no caminho certo! 

Hoje, eu fiquei sabendo de uma notícia muito bacana sobre a Barbie! Agora, a boneca mais famosa do mundo terá mais três novos formatos de corpos. Além do "tradicional" da marca, teremos também o "curvy", um modelo mais baixo e com mais curvas; o "petite" de baixa estatura e o "tall" de estatura mais alta. 

Vejam se não são lindas de viver?! hahaha




Pelo jeito todo o debate sobre diversidade, padrões beleza e quebras de estereótipos dos últimos anos, está dando resultado. Afinal, essa é a maior mudança da Mattel (fabricante da Barbie) em toda a sua história de 57 anos. 

Não faz muito tempo, que a marca criou novos tons de pele e estilos de cabelo para as bonecas - hoje, a Barbie tem 7 tons de pele e 22 cores de cabelo. Só isso, para quem (como eu) foi criança nos anos 90 já é um super avanço!

Todas essas variações, ajudam a criar uma identificação muito maior das meninas com as bonecas, além de fazer com que as crianças aceitem melhor os seus tipos físicos naturais e também, outros padrões de beleza desde pequenas. 

Sem falar que agora, com certeza a brincadeira vai ficar bem mais divertida né?! Quem já brincou de Barbie vai concordar comigo! hahaha

É isso! Viva a diversidade e parabéns para a Matell! 




segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Reflexões sobre a Globeleza

O Carnaval está chegando e as reflexões também! 

Hoje, uma matéria feita pela Nana Queiroz em New Orleans (EUA), me chamou a atenção. A jornalista foi até uma das cidades mais carnavalescas do mundo para saber "o que as mulheres de outros países achariam da Globeleza". 

Veja as reações delas:




Acho válido tudo o que foi falado no vídeo e o que mais me impressionou é que logo de cara elas perceberam tudo o que nós, que estamos tão dentro dessa cultura, muitas vezes não conseguimos enxergar com tanta clareza. 

O fato é que estamos acostumados a ver a Globeleza todos os anos na TV. Eu me lembro de ver a Valéria Valenssa sambando com o corpo pintado, desde os meus 3 ou 4 anos de idade e confesso que gostava, achava bonito (afinal, ela é mesmo muito bonita)! No entanto, devemos nos perguntar o que as garotas do vídeo perguntam: por que só negras? Porque só mulheres nuas e homens não? Por que a chamada para o Carnaval é algo tão sexualizado, é algo vendido com o corpo nú de uma mulher negra? 

Vale a pena a reflexão!

Mais uma vez a Nana Queiroz arrasou!!